sexta-feira, 3 de junho de 2011

Eleições: Candidatos defendem isenção de portagens



O combate à desertificação, as portagens na auto-estrada transmontana, a agricultura e a saúde foram os temas dominantes do debate desta manhã, realizado pela CIR, com os cabeças de lista do distrito de Bragança, na corrida às legislativas do próximo dia 5.

As novas vias de comunicação podem combater o abandono da região e contribuir para o seu desenvolvimento, mas são uma “faca de dois gumes”.

A moratória na questão das portagens é defendida por todos os candidatos, excepto a CDU que é apologista da total isenção de pagamento.Para combater a desertificação é preciso apostar no turismo, nas indústrias de qualidade e na marca Trás-os-Montes defende Mota Andrade, do PS.

Ideia que Francisco José Viegas, do PSD também apoia, mas com uma estratégia de marketing consertada. Já Nuno Sousa, do CDS-PP considera que não há políticas para a fixação de jovens no distrito de Bragança e que as autarquias nada fazem para incentivar o empreendedorismo local.

A CDU, através de Manuela Cunha defende a criação de mais postos de trabalho e uma maior mobilidade.

Uma mobilidade que surge com novas estradas, mas não pagas, ou pelo menos, com uma moratória, que pode ir de 5 a 7 anos, defende Viegas, do PSD.

“Devemos valorizar o princípio do utilizador-pagador porque é um princípio estruturante de qualquer plano rodoviário, mas achamos que deve existir uma moratória de alguns anos que se aproximará dos cinco a sete anos para compensar todo o período de isolamento e carência de vias que existe no distrito” refere.

Se há moratória, então o PS apoia e defende que só deveria haver portagens se houvesse uma estrada alternativa.

“Nós fomos os primeiros a defender a moratória, mas agora há aqui uma questão que é a enorme dificuldade em que o país se encontra.

Isso o próximo governo vai decidir” afirma Mota Andrade. Nuno Sousa, do CDS-PP não quer pagamentos para os transmontanos, mas apadrinha um sistema compensatório mais justo.

“Este é um caso muito particular. Face à conjuntura económica, não havendo possibilidade de evitar as portagens, deve existir um sistema compensatório mais justo do que o PS apresentou de 10 viagens grátis por mês que se esgotam em dois ou três dias” considera.

Manuela Cunha é mais radical e defende que ninguém deve pagar portagens, porque ao portajar também as empresas vão pagar a factura.“As portagens não vão só afectar os moradores, com ou sem moratória.

Elas são um entrave para o desenvolvimento da economia porque as empresas que aqui se fixam vão ter problemas com isso, bem como o turismo. Por isso a CDU assume um ‘Não’ a estas portagens”. Para agricultura, o CDS-PP quer uma maior agilização do PRODER, que tem uma taxa de execução de 30%. A CDU pede a revisão da forma como são atribuídos os subsídios no país e melhorado o escoamento dos produtos transmontanos.
Algo com que concorda Mota Andrade do PS, que não esqueceu a necessidade de impulsionar o regadio da Vilariça.

O PSD aproveitou o debate para lembrar velhos problemas, como as dificuldades dos produtores de leite do Planalto Mirandês e da região do Tâmega e o acesso à banca para financiar investimentos no sector.

Na saúde, Viegas acusou o PS de falta de sensibilidade social, o que Mota Andrade retaliou com o exemplo da criação de valências nos centros de saúde da região.
Manuela Cunha apontou o dedo aos dois maiores partidos para frisar que ambos estão virados para a privatização, enquanto Nuno Sousa, que até apoia a criação da ULS, quer ver as despesas mais controladas.

De salientar que o Bloco de Esquerda foi a única força política que não se fez representar neste debate.

Escrito por CIR

[Fonte: Rádio Brigantia]

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