domingo, 23 de fevereiro de 2014

Testemunha recusou 3000 euros do genro da professora aposentada para a matar

"Há quatro ou cinco anos, o senhor Miguel" (arguido) "contactou-me para fazer um serviço: matar uma pessoa. Inicialmente não disse quem era, mas depois levou-me de carro para verificar a casa e mais tarde confirmou que era para matar a sogra, mas recusei", referiu, ontem, ao tribunal de Mirandela, Carlos Fontoura, uma das testemunhas do julgamento da mulher acusada de matar a mãe e atirar corpo a barragem com ajuda do marido e amiga.

Considerado um testemunho fundamental pelo Ministério Público, mas que não conseguia notificar por se encontrar em parte incerta, acabou por aparecer de "surpresa"na terceira sessão.

Carlos Fontoura alegou ter receio de prestar depoimento na presença dos arguidos e o coletivo de juízes ordenou a saída dos três.


A testemunha, atualmente a trabalhar em Espanha, diz ser "conhecido" do genro da vítima e que este lhe terá manifestado a intenção de pagar "três mil euros, no mínimo", para fazer o serviço ou então "que arranjasse algum marroquino que o fizesse", contou.

Para além disso, sugeriu o modus operandi. "Disse para não fazer muito barulho, utilizar um pano embebido num líquido, colocar no nariz e depois fazer desaparecer o corpo", disse Carlos Fontoura acrescentando que este pedido terá sido feito no bar do qual o arguido era proprietário.

Com este testemunho, a acusação pretendeu sustentar a tese de que os arguidos já tinham manifestado intenção de engendrar um plano para matar a professora aposentada.

Outras duas testemunhas confirmaram que Madalena Romano (vítima) se sentia ameaçada. "A minha sobrinha e o marido ameaçavam a minha irmã", disse Jorge Romano, irmão da professora.

"Ela confessou-me isso várias vezes isso e que a amiga também a perseguia num carro", contou. Para além disso, diz ter comunicado o desaparecimento da irmã à sua sobrinha, mas esta ficou impávida e serena. "Ela não ligou muito, foi como se não fosse mãe dela".

Já Alfredina Assis, amiga da vítima que lhe dava boleia todas as semanas para as oficinas "Oração e Vida" na junta de freguesia local, contou que Madalena ficou em pânico quando, em duas ocasiões, o seu carro apareceu com os pneus rasgados. "Apesar de ser no meu carro ela ficou muito incomodada e só dizia para não a deixarem sózinha", disse ao tribunal.

Os três arguidos são acusados do homicídio qualificado e profanação do cadáver de uma professora aposentada de Mirandela.

Helena Castro, 49 anos, filha da vítima. O seu marido, Miguel Castro, de 67 anos e uma amiga do casal, Bárbara Coelho, de 49 anos, são acusados de, em Novembro de 2010, terem "engendrado" um plano para tirar a vida a Madalena Romano, de 72 anos, e dessa forma a filha (única herdeira), ficar com todo o património e dinheiro da vítima.

Escrito por Rádio Terra Quente

[Fonte: Rádio Terra Quente]

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