Os transportes alternativos ao comboio na linha do Tua vão ser retomados na quarta-feira, disse esta segunda-feira o presidente do Metro e da Câmara de Mirandela, António Branco.
O serviço está suspenso desde 1 de julho e a reposição dos transportes alternativos é uma solução transitória que vigorará até setembro, período durante o qual as diferentes entidades vão tentar encontrar uma solução definitiva para a mobilidade naquela zona, adiantou ainda António Branco citado pela Agência Lusa.
Os responsáveis locais ainda não têm "uma comunicação formal" da autorização para retomar o serviço alternativo, como disse à Lusa António Branco, que, ainda assim, decidiu "assumir" a reposição dos transportes já a partir de quarta-feira "em nome dos interesses das populações".
O Metro de Mirandela vai também aproveitar para fazer "algumas alterações aos horários e trajetos para servir melhor as populações", algumas das quais têm nos táxis alternativos ao comboio o único transporte público.
O autarca e presidente do Metro de Mirandela adiantou que lhe foi comunicado "pela CP, via secretaria de Estado dos Transportes", que vai manter-se durante os próximos três meses o compromisso assumido nos últimos anos pela empresa de caminho-de-ferro.
Segundo António Branco, "durante estes três meses vai ser estudada a solução definitiva" para garantir o transporte alternativo ao comboio.
A empresa de caminho-de-ferro tem pago nos últimos anos ao Metro de Mirandela cerca de 250 mil euros anuais para assegurar o transporte na linha do Tua, entre Mirandela e o Tua.
Desde que a circulação foi suspensa na maior parte da ferrovia, entre o Cachão e o Tua, que parte desta verba, 125 mil euros, foi deslocada para o transporte alternativo ao comboio.
Em janeiro de 2011, a CP aceitou continuar a entregar os 125 mil euros ao Metro de Mirandela, que passou também a gerir os transportes alternativos, assegurados por táxis.
A circulação na linha foi suspensa em agosto de 2008, depois de quatro acidentes com outras tantas vítimas mortais.
Entretanto, foi aprovada a construção da barragem de Foz Tua, que vai submergir parte da linha, com a condição de ser elaborado um plano de mobilidade para a zona, que só deverá estar concluído quando a barragem estiver pronta, em 2015.
Em março de 2011, os cinco autarcas da zona, que integram a Agência para o Desenvolvimento do Vale do Tua, a EDP, a REFER, a CP, o Instituto de Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT) e a Câmara de Mirandela, acionista maioritária do Metro, assinaram um protocolo, em que a CP se compromete a manter o acordo com o Metro para assegurar os transportes alternativos até à conclusão do novo plano de mobilidade.
A 1 de julho, os táxis alternativos ao comboio pararam sem aviso às populações.
A CP colocou apenas na página da Internet dois parágrafos com a informação sobre a supressão do serviço naquela data.
A medida gerou a contestação dos autarcas locais, que ameaçaram rever a posição favorável à construção da barragem se os transportes não fossem repostos, independentemente de ser "a EDP, a CP ou o Governo" a assumir o financiamento.
Sem comentários:
Enviar um comentário