A concelhia do CDS de Mirandela decidiu tomar uma posição pública após as críticas de Maximino Monteiro, primeiro presidente de câmara de Mirandela eleito pelo CDS, ao coordenador nacional autárquico do partido, Domingos Doutel, a quem acusa de ser o responsável pela queda do CDS, em Mirandela, nos últimos anos.
Doutel não quis comentar, mas a concelhia vem a público defender o coordenador autárquico do CDS, considerando que são comentários "desajustados e distorcidos da verdade".
Em comunicado, a líder da concelhia, Sandra Grilo, começa por referir que, desde 2009, Maximino Monteiro "não tem participado em qualquer actividade política do CDS de Mirandela, incluindo actos eleitorais para a eleição das anteriores comissões políticas concelhias e que estes devaneios só interessam aos perdedores e aos adversários do CDS", pode ler-se.
Sobre o aparecimento de duas listas, a concelhia considera que foi um sinal "da pujança da militância do CDS em Mirandela. Não obstante, vários militantes, entre eles Domingos Doutel, apelarem ao entendimento e união, mas os proponentes da lista perdedora não quiseram", afirma a concelhia.
Quanto à acusação de que Domingos Doutel não devia intrometer-se nas eleições da concelhia, Sandra Grilo afirma que "todos os candidatos eram livres de fazer campanha e Doutel fazia parte da Lista A e como tal pediu o voto na sua lista", conta.
Também não compreende o ataque a Doutel nem a dedução da sua culpa pelos fracos resultados autárquicos do CDS na última década, já que "teve o 2.º melhor resultado autárquico em duas eleições seguidas (2001 e 2005), depois de José Gama".
A concelhia termina o comunicado convidando Maximino Monteiro "a participar ativamente nas ações partidárias do concelho que tem vindo a ser realizada já que O CDS de Mirandela não precisa de militantes que fazem, ou melhor, desfazem, militância por carta, à distância", conclui o comunicado.
O primeiro presidente de câmara de Mirandela eleito pelo CDS acusou o coordenador nacional autárquico do partido, Domingos Doutel, de ser o responsável pela desagregação do CDS no concelho de Mirandela.
Numa carta aberta que circula nas redes sociais, Maximino Monteiro faz uma crítica contundente ao envolvimento pessoal de Doutel nas recentes eleições para a concelhia de Mirandela, apoiando uma das listas, tal como já aconteceu há uma década atrás.
Para o antigo autarca de Mirandela, esta "ambição pessoal" de Doutel só tem prejudicado o partido na região.
A propósito dos últimos acontecimentos que se relacionam com as eleições realizadas no dia 7 de Dezembro, afirma ter recebido uma circular da candidata a Presidente da Comissão Concelhia de Mirandela, Sandra Grilo, e que capeava outra circular "estranha", assinada por Domingos Doutel, ambas a convidá-lo a votar na “lista A.
Quando foi exercer o direito de voto verificou a existência de duas listas e constatou o "ambiente pesado que o semblante dos militantes deixava transparecer fazendo-me lembrar outros cenários semelhantes do passado que levaram ao abandono de vários militantes que bateram com a porta no CDS-PP e foi-lhes aberta no PSD", refere.
Esta situação levou-o a concluir, que "cheira a podre, mais uma vez, lá para as bandas da Concelhia e da Distrital do CDS-PP de Bragança”, adianta na carta.
Maximino Monteiro entende que Domingos Doutel "não devia envolver-se nestas lutas concelhias e dar liberdade de atuação aos agentes locais" e que se tem enveredado pela "luta mesquinha e pela ambição pessoal que tem resultado em danos irreparáveis no Partido".
Por isso decidiu denunciar esta situação publicamente para que não se repitam os erros do passado. "Acabem com esses jogos de bastidores que só beneficiarão os arautos da desgraça e daqueles que se lhes ficar a fama, não conseguirão passar os umbrais da história", conclui o antigo autarca de Mirandela.
Desfiliações no CDS
O primeiro caso a que se refere Maximino Monteiro na sua carta, remonta a Novembro de 2003, aquando das eleições para a concelhia de Mirandela do CDS/PP.
Na altura, o líder distrital, Domingos Doutel, afirmou publicamente o apoio a uma das duas listas presentes a sufrágio e criou uma profunda cisão interna que culminou com a desfiliação de várias figuras do partido, entre elas, Elina Fraga, recentemente eleita bastonária da Ordem dos Advogados.
Escrito por Rádio Terra Quente
[Fonte: Rádio Terra Quente]
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