sábado, 10 de março de 2012

Região: José Silvano à frente do desenvolvimento do Vale do Tua


O antigo presidente da câmara de Mirandela, José Silvano, foi nomeado director executivo da Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua, entidade que vai gerir os milhões de euros das contrapartidas pela construção da barragem de Foz Tua.

O ex-autarca, que deixou o município transmontano no final de Dezembro, depois de 16 anos de presidência, confirmou que o novo cargo enquadra-se naquelas que sempre foram as suas pretensões, depois de abandonar as lides autárquicas: ficar ligado a projectos que contribuam para o desenvolvimento da região.

A agência faz parte das contrapartidas impostas à EDP pelos impactes da barragem em construção, há um ano, na foz do rio Tua com o Douro, no Nordeste Transmontano, e terá uma presidência rotativa por cada um dos municípios da área de influência.

O primeiro a assumir a presidência é Alijó e seguem-se Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor, mas as funções executivas cabem a José Silvano, ele que foi o único dos cinco autarcas que se opôs à construção da barragem, em defesa da linha do Tua.

Em declarações à Lusa, José Silvano considerou que “não é um paradoxo”, pois entende que, já que não foi possível travar a barragem, as novas funções serão “uma forma de ajudar a compensar a região com as contrapartidas”.

A nova agência vai gerir, em conjunto com o Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB), um fundo que está já a ser aprovisionado e que corresponde a cerca de meio milhão de euros anuais durante os cinco anos de construção.

Segundo a EDP, este valor poderá duplicar quando o empreendimento começar a produzir e corresponderá a três por cento da facturação líquida anual da produção de electricidade.

Fundo poderá duplicar com a entrada em funcionamento da barragem

José Silvano explicou que metade deste fundo destina-se à criação de um parque natural naquela zona do Tua, 25 por cento ao desenvolvimento local e a restante percentagem à promoção turística.

À agência competirá também construir o museu da memória do Vale do Tua e apoiar projectos locais de desenvolvimento regional, turísticos, de protecção da natureza e programas de empreendedorismo e desenvolvimento regional.

O novo organismo, em que são parceiros os municípios e a EDP, terá também em mãos o ainda incerto plano de mobilidade imposto na Declaração de Impacto Ambiental como contrapartida pelos 16 quilómetros da linha do Tua que a albufeira vai submergir.

[Fonte: Jornal Nordeste]

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