A associação empresarial do distrito de Bragança, Nerba, vai reunir, entre 19 e 22 de Abril, os produtos de excelência transmontanos num evento que pretende ser o impulso para a internacionalização com base na marca Trás-os-Montes.
O presidente do Nerba, Eduardo Malhão, acredita que existem recursos para a região «dar o salto» e que o que falta «é uma visão global, de conjunto», que ajude na promoção e valorização.
O primeiro passo para mobilizar agentes económicos e a sociedade em geral é a realização da Expo Trás-os-Montes, entre 19 e 22 de Abril, já apresentada à comunicação social, e na qual o Nerba espera juntar 100 expositores.
Trás-os-Montes tem empresas «que competem com o melhor que existe na Europa», assegurou o dirigente, apontando o exemplo de duas fábricas de transformação de castanha, um produto que representa 30 milhões de euros anuais para a economia regional. «A castanha que, durante muito tempo, servia apenas de alimento para os animais, é hoje um dos principais meios de sobrevivência dos agricultores da região», sublinhou.
O mesmo acontece com os tradicionais enchidos, concretamente a alheira de Mirandela que «tem um valor económico superior a 28 milhões de euros» só no concelho que lhe dá o nome e onde sete unidades industriais certificadas colocam o enchido em todo o mundo. A região apresenta também uma das taxas mais elevadas do país de certificação de produtos.
O Nerba quer «pegar nos bons exemplos e replicá-los» e mostrar aos empresários, agentes da região e sociedade civil que existe potencial, mas falta uma estratégia para o valorizar e promover.
O presidente da associação empresarial não tem «qualquer dúvida de que a marca Trás-os-Montes é uma marca que tem muito valor e que é muito reconhecida em muitos locais do mundo, não tem é sido devidamente valorizada e devidamente promovida».
«Nós não podemos continuar sistematicamente a promover esta política de “capelinha” e a ter esta visão paroquial de só vermos aqueles problemas que conseguimos alcançar do alto do campanário da nossa paróquia. Nós temos de ter uma visão muito abrangente», defendeu.
O dirigente apontou o exemplo do Alentejo que «deu o salto em termos económicos com uma aposta, uma visão de conjunto«, criando inclusive uma agência de promoção da economia e de venda da região.
«Até há uns anos, o Alentejo não produzia vinhos para exportar, hoje é a região que mais vinho produz, porque houve essa aposta», considerou.
O representante dos empresários está apostado em seguir o mesmo caminho e pretende dar o primeiro impulso com a Expo Trás-os-Montes.
A iniciativa patrocinada por entidades e empresas regionais e nacionais será também um espaço de debate sobre as problemáticas da região.
A Expo Trás-os-Montes tem também como propósito mobilizar os mais jovens, chamando as escolas para visitas, nomeadamente a uma “quinta pedagógica” instalada no exterior do centro empresarial para mostrar às novas gerações o que é a história desta região essencialmente agrícola.
Fonte: Lusa
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