quinta-feira, 7 de abril de 2011

Cidade: Director de Educação assume falhas de segurança na escola Luciano Cordeiro e critica sensacionalismo



O Director Regional de Educação do Norte considera que houve demasiado sensacionalismo no tratamento do caso Leandro, a criança de 12 anos que há um ano morreu no rio Tua, após ter saído à hora de almoço da escola Luciano Cordeiro, em Mirandela.

António Leite diz ser necessário reflectir sobre a forma como se tratam este tipo de casos, não comenta a intenção da família de Leandro pretender avançar com um pedido de responsabilidade ao Estado e prefere destacar o facto dos dois inquéritos terem chegado à conclusão que a escola não teve responsabilidades no caso.

O responsável pela DREN (Direcção Regional de Educação do Norte) não comenta a intenção manifestada pelo advogado da família de Leandro de avançar com uma acção de responsabilidade cível contra o Estado, depois se saber que o Ministério Publico decidiu arquivar o processo, não atribuindo responsabilidades nem a direcção da escola, nem ao funcionário que, na altura estava de serviço na portaria da Luciano Cordeiro.

Para além disso, conclui não ter havido suicídio e que Leandro não era vítima de bulliyng. No entanto, o advogado considera que o próprio despacho de arquivamento identifica alguns problemas de segurança na escola.

António Leite não comenta esta pretensão.“Não faço comentários a processos que ainda não se iniciaram. Foi uma situação trágica. Não faço comentários sobre o que pode vir a acontecer. A única coisa que quero é reforçar o quanto lamento que tenha acontecido”, diz.
O Director regional de educação do Norte considera que houve demasiado sensacionalismo no tratamento deste caso.

“Houve muito ruído à volta do caso e, na verdade, as conclusões a que chegámos no inquérito feito pela Inspecção Geral de Educação são relativamente coincidentes com as do Ministério Público. Na verdade, a situação na escola Luciano Cordeiro sempre foram muito diferentes daquilo que ouvíamos dizer e os dois inquéritos que foram realizados não provaram nenhuma das grandes parangonas que foram vistas nos jornais. Durante mais de três semanas toda a gente tinha certeza de tudo mas quando os inquéritos foram tornados públicos isso não teve o mesmo impacto porque talvez não tenha dado razão a quem fez as parangonas. É algo que nos deve fazer reflectir”, diz.

No entanto, António Leite admite que foi necessário a escola melhorar o sistema de segurança, nomeadamente a questão do controlo das entradas e saídas dos alunos.
“Não vou negar a evidência. Se não tivesse havido necessidade de fazer nenhuma intervenção, não o teríamos feito”, assume.

Um ano depois, apenas mudou o controlo de entradas e saídas da escola.Até então, era apenas humano, efectuado pelos porteiros, não existindo qualquer sistema técnico de controlo, nem tão pouco existia qualquer listagem de alunos que podiam sair da escola na hora de almoço. Após os factos, o controlo passou a ser efectuado numa outra entrada através de um cartão verde com fotografia digitalizada que foi atribuído aos alunos, exibido ao porteiro.

Mesmo assim, foi instalado o sistema de controlo electrónico com utilização de cartão de banda magnética, mas nunca chegou a funcionar.

O mesmo acontece com o sistema de videovigilância que já tem dez câmaras instaladas na escola (no interior e exterior), desde o início do ano lectivo, mas até agora ainda não está a funcionar. António Leite diz que falta efectuar a ligação à rede em Lisboa.“Falta haver uma ligação à rede que tem sede em Lisboa mas estamos todos a trabalhar para que a situação seja resolvida”, garante o mesmo responsável.
Declarações do Director da DREN sobre o Caso Leandro, mais de um ano depois da tragédia.


Escrito por CIR

[Fonte: Rádio Brigantia]

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