quarta-feira, 20 de abril de 2011

Saúde: Prejuízos do Centro Hospitalar do Nordeste aumentaram 50 por cento



Em cinco anos de entidade pública empresarial, o Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE) passou de três milhões de euros de resultados para um défice de 15 milhões, em 2010.

Os números foram divulgados esta terça-feira pelo conselho de administração num encontro com os jornalistas.

Só no último ano o CHNE obteve 52 milhões de euros de receitas, mas no capítulo das despesas os valores fixaram-se nos 67 milhões.

O presidente justifica esta situação com a diminuição em cerca de 20% das transferências do Serviço Nacional de Saúde e com a centralização no Ministério da gestão dos subsistemas de saúde.

“Estes resultados reflectem, pura e simplesmente, uma perda de receitas, desde 2005, que não são passíveis de serem compensadas por aumentos de produção”, explicou, adiantando que houve um agravamento “pelo facto de as receitas dos subsistemas serem centralizadas”. “Só isso penalizou-nos em 4,3 milhões este ano”, garante.

Henrique Capelas defende a reavaliação urgente do sistema de classificação dos hospitais do país pois no seu entender o CHNE está a ser penalizado.

“O actual sistema de financiamento da saúde, somos pagos ao acto. Quanto mais saúde, mais actos. O sistema mais correcto de financiamento é o da capitação, por habitante. Este sistema de capitação está vocacionado para a boa saúde do cidadão. Interessa apostar mais na medicina preventiva.”

Na cirurgia de ambulatório, as listas de espera em oftalmologia foram eliminadas.

Por isso, o CHNE colocou à disposição do ministério da saúde a sua capacidade de intervenção, mas não obteve resposta.

“Há dois anos fiz essa proposta, dizendo que o CHNE disponibilizava a sua capacidade. Mas não obteve resposta. Agora, não deixa de haver listas de espera que com uma melhor organização do país se conseguissem eliminar.”

Desde 2005, o CHNE investiu cerca de 22 milhões de euros.

Desde essa altura registou-se um aumento de 10% no número de cirurgias realizadas.
O mesmo aconteceu com as consultas.


Escrito por Brigantia

[Fonte: Rádio Brigantia]

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