quarta-feira, 27 de abril de 2011

Distrito: Movimento reprova utilização da linha do Tua para ciclovia.



O Movimento Cívico pela Linha do Tua critica a câmara de Bragança pelo aproveitamento que está a fazer de parte da linha que atravessa a cidade para a construção de uma ciclovia.

A organização entende que a utilização dos canais ferroviários sem trafego é uma aventura cega que não acrescenta valor às localidades porque não conseguem atrair visitantes.

Além disso, o representante do movimento, Daniel Conde, diz que as autarquias têm de pagar à REFER uma renda que ascende aos 125 mil euros por quilómetro pela utilização do espaço.

“Isto não passa de uma moda que é cara porque há casos de ciclovias a custar 125 mil euros por quilómetro o que é muito dinheiro” que “faz muita falta para uma mobilidade a sério que passa pelo transporte público que se está a descurar constantemente em Trás-os-Montes” refere.

“Nós já tivemos a oportunidade de visitar várias pelo país e durante a maior parte do tempo não anda ninguém, e o cicloturismo não deixa dinheiro na região” salienta. Daniel Conde acrescenta que este aproveitamento da antiga linha férrea para a construção de ciclovias é uma forma de a REFER se desresponsabilizar pela manutenção da via.

“Para conseguir salvaguardar este património a REFER engendrou este plano nacional de ecopistas, mas é um processo de desresponsabilização ao lado do canal ciclavel há muitas estações completamente destruídas.

Isto é uma forma de mascarar o total abandono a que a linha foi votada” refere. O presidente da câmara de Bragança garante que não vai pagar nada à REFER pela utilização da linha.
“Isso é um disparate completo. O movimento provavelmente deve estar a confundir aquilo que era a perspectiva da REFER de aproveitar toda a extensão da linha ferroviária entre Bragança e Mirandela como uma via ciclavel” afirma o autarca.

“Nesse âmbito o município de Bragança foi muito claro dizendo que não pagaria renda nenhuma e que o investimento tinha de ser feito pela REFER sendo que a exploração obrigaria à introdução desse projecto na rede europeia de ciclovias que utilizam espaços e canais ferroviários” acrescenta, salientando que “a REFER recusou essa perspectiva e os municípios afastaram-se desse projecto”.

Jorge Nunes rejeita por isso as críticas feitas pelo Movimento Cívico.“Se se pensar na importância futura de ter uma ligação ferroviária capaz entre a linha do Douro e Salamanca e para a Puebla de Sanábria à alta velocidade, seguramente que isso não se faz por dentro da cidade. Terá de haver um corredor alternativo e deixar aquele espaço abandonado seria um erro” considera.


O aproveitamento da linha para a construção da ciclovia corresponde à terceira fase deste projecto que deverá estar concluído até ao final do ano.


Escrito por Brigantia

[Fonte: Rádio Brigantia]

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