O Nordeste transmontano recebe uma das primeiras iniciativas privadas no mercado liberalizado de gás natural. A Goldenergy, empresa do grupo Dourogás, decidiu construir em Urjais (Mirandela), um Complexo de Gás Natural (CGN) que será inaugurado, amanhã, pelo secretário de Estado da Energia, Artur Trindade.
A intenção deste investimento de 4,8 milhões de euros, financiado por fundos comunitários em cerca de três milhões, passa por "alcançar o mercado internacional de maior proximidade, como é o caso de Espanha, para além do espaço nacional e regional", explica o presidente da Goldenergy.
Vai criar 45 postos de trabalho, 15 diretos e 30 indiretos.
No entanto, Nuno Moreira não descura outros objetivos: "Incitar à sustentabilidade e à eficiência energéticas endógenas e contribuir, pela natureza da sua atividade e dos produtos que disponibiliza, para uma melhor qualidade do ambiente", sustenta.
O complexo é inovador no conceito tecnológico e comercial, dado que permite o fornecimento de gás natural misto (comprimido e líquido), além de possuir um posto de venda direta de GNV, o primeiro de uma rede nacional que a Goldenergy pretende construir para servir frotas de empresas privadas e municípios. "O preço do gás natural líquido é 50% mais barato que o diesel", sublinha Nuno Moreira.
"Este é um desafio de todo o setor do gás e entendemos que devíamos ser pioneiros", afirma Nuno Moreira. "A nossa própria frota é já constituída maioritariamente por veículos a gás natural e constatamos que o gás natural veicular é o verdadeiro low-cost das viaturas", acrescenta.
A própria Comissão Europeia já determinou que, em 2020, nas principais rotas europeias, terá de ser obrigatória a colocação de um posto de gás natural líquido de 400 em 400 quilómetros. Por isso, "já estamos a antecipar em Portugal um cenário imposto dentro de sete anos", diz o líder da Goldenergy.
Nuno Moreira justifica este investimento no Interior do país. "Fomos desafiados pela empresa "Resíduos do Nordeste", que pretende transformar toda a sua frota, para além de estar junto ao aterro sanitário, onde os camiões de recolha de lixo vão todos os dias, mas também uma centralidade ao IC5, uma nova via com potencial de utilização de veículos de mercadorias", explica. Será a partir deste CGN que a empresa vai chegar a toda a corda interior, da Serra da Estrela até ao Norte do distrito de Bragança.
[Fonte: Jornal de Notícias]
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