Há uma semana que o centro de saúde Nº1 de Mirandela não tem funcionários para esterilizar o material, nem sequer para recolher o lixo. O delegado de saúde do concelho considera que não há condições mínimas para a garantia da saúde de utentes e funcionários. Perante isto, o coordenador da unidade alertou o director executivo do ACES Nordeste que poderia fechar as portas, esta segunda-feira. Algo que, até ao momento, ainda não aconteceu.
O alerta foi comunicado pelo coordenador do centro de saúde de Mirandela, Ceriz Rodrigues, ao director executivo do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Nordeste, Vítor Alves. Segundo apuramos, Ceriz Rodrigues foi confrontado com um parecer do delegado de saúde do concelho de Mirandela a denunciar que a recente diminuição de efectivos de assistentes operacionais, está a conduzir a uma “progressiva deterioração das condições de higiene e salubridade, pondo em risco a saúde dos utentes e funcionários”, refere o documento a que tivemos acesso.
O parecer resulta da informação interna que na última semana, não foi assegurado o plano de higienização, nem a esterilização do material para prestação de cuidados de saúde, nem tão pouco foi recolhido o lixo.
Para além disso, outras actividades que, até ao final do ano transacto, eram asseguradas pelos assistentes operacionais, como a lavandaria, reposição de stock e a exclusividade de apoio à sala de tratamentos, deixaram de ser efectuadas. Perante estas informações, o delegado de saúde deu conta ao coordenador da unidade de saúde, que, “se a situação se mantiver, poderá a curto prazo levar-nos a uma medida extrema da necessidade de fechar as instalações por absoluta falta de condições mínimas para a garantia da saúde dos utentes e funcionários”, pode ler-se no documento assinado por Luis Sá.
Perante a gravidade da situação, o coordenador do centro de saúde Nº1 de Mirandela alertou o director executivo do ACES Nordeste de que, “provavelmente na segunda-feira, irá ser decretado o encerramento das instalações, pela Autoridade Sanitária Local”.
Recorde-se que, na última semana de 2011, foram dispensadas 179 pessoas com contratos de prestação de serviços nos centros de saúde do distrito de Bragança e nas três urgências básicas. Ao contrário do que vinha a acontecer nos últimos meses, os contractos em vigor não foram prorrogados para este ano.
Delegado de saúde e coordenador do centro de saúde de Mirandela recusam prestar declarações sobre o assunto. Entretanto, quando confrontado com o tema, Vítor Alves garantiu que não iria haver qualquer encerramento, porque vai disponibilizar para o centro de saúde três funcionários, em regime provisório, para resolver essas lacunas.
Entretanto, a unidade está a funcionar, mas as três funcionárias requisitadas provisoriamente, estão indecisas se vão aceitar continuar nestas condições, o que pode colocar em causa o funcionamento da unidade de saúde.
Escrito por CIR
[Fonte: Rádio Brigantia]
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