sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Região: Bombeiros transmontanos contestam acordo de Lisboa no transporte de doentes

As federações de bombeiros transmontanas não concordam com o tratamento diferenciado de que beneficiam, desde ontem, as corporações da região de Lisboa e Vale do Tejo, onde a taxa de saída para o transporte de doentes não urgentes vai continuar a ser paga pela ARS daquela região segundo as regras anteriores a 1 de Novembro de 2011.

Até essa data, em cada saída de uma ambulância todos os doentes eram pagos a sete euros e meio.
Com as novas regras, apenas o primeiro doente é pago a sete euros e meio, sendo que todos os outros custam ao Estado 20% daquele valor, ou seja, um euro e meio.

O acordo entre a ARS de Lisboa e Vale do Tejo e as corporações de bombeiros daquela região foi alcançado, ontem, após decretarem a suspensão do transporte de doentes não urgentes, em desacordo com o novo sistema de gestão para este tipo de operações. A suspensão acabaria por ser levantada ao final da tarde.

Agora, há vozes de responsáveis pelos bombeiros de outras regiões do país a reclamar o mesmo tratamento.Os presidentes das federações de bombeiros transmontanas não criticam os colegas da região de Lisboa, mas acham que a haver alterações deviam ser de âmbito nacional e não regional.
É o que pensa o presidente da Federação de Bombeiros do distrito de Vila Real, Alfredo Almeida.“Em todo o território nacional, os bombeiros têm uma missão idêntica e fazem o mesmo tipo de transportes, e se um acordo é estabelecido a nível nacional não faz sentido que os bombeiros de Lisboa tenham um preço superior aos que estão a praticar outras corporações” afirma, acrescentando que “esta questão vai causar algum mal-estar entre os bombeiros que não vão compreender porque é que uns têm este direito e outros não”.

O presidente da Federação de Bombeiros do distrito de Bragança, Diamantino Lopes, afina pelo mesmo diapasão.“Qualquer acordo que seja alcançado deve ser extensível a todos os corpos de bombeiros do país” refere. Diamantino Lopes teme que o acordo alcançado ontem entre ARS e bombeiros de Lisboa e Vale do Tejo possa ser um precedente para que comece a haver acordos pontuais para resolver problemas de certas regiões.

“Todos os bombeiros do país atravessam problemas complicados que resultam da quebra de receitas em resultado do transporte de doentes não urgentes e entendo que a haver negociações elas devem ser gerais, que cubram todos os problemas e não apenas os relacionados com situações pontuais” afirma.

O presidente da Federação de Bombeiros de Vila Real lembra que a alteração às regras do transporte de doentes não urgentes está a prejudicar seriamente as finanças das associações humanitárias.“Esta situação já está a lesar muito os bombeiros nomeadamente as 27 associações do distrito de Vila Real que viram diminuído o número de serviços como as receitas, algumas na ordem dos 30 a 40%” refere.

As federações de bombeiros transmontanas vão juntar-se à do Porto no pedido de uma reunião à ARS-Norte para discutir a situação complicada por que atravessam as associações humanitárias e pedir um tratamento diferenciado como o que está em vigor desde ontem na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Resta então esperar por essa reunião para saber se apenas as corporações de bombeiros de Lisboa e Vale do Tejo terão direito a um tratamento diferenciado no pagamento do transporte de doentes não urgentes.

Escrito por CIR

[Fonte: Rádio Brigantia]

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